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pertencer à terra e bendizer os frutos (2024)

performance, 26min.

No centro de uma roda de terra e pisando em sementes de urucum, a artista desenrola sementes-poemas, semeando palavras entre os participantes, transmitindo a poesia e o cuidado. recita trechos de seus poemas (escritos em cordões de tecido) e rezas improvisadas, enquanto planta sementes em berços abertos na terra/chão. Ao entregar isso que é cultivado para as pessoas, a artista transfere o cuidado e a cria, abrindo perguntas sobre a plantação: Onde plantamos? Quais são as sementes e como fazê-las vingar? A qual terra pertencemos? O que fazer quando não vinga?

A concepção da performance surge a partir do mote narrativo do livro de poemas "Crescente fértil", de autoria da artista: "na região conhecida como Crescente fértil, localizada entre os rios Tigre, Eufrates e Nilo, teve início a sedentarização de diversos povos. O abandono da atividade

de caça deu lugar à história do cultivo. Naquele local que, visto de qualquer mapa, se assemelha ao de uma lua crescente, terra, água e céu são a força poética. Há 15 mil anos deixávamos de ser nômades. É preciso muita semeadura para fixar-se. Aqui, nessa cartografia afetiva, tudo cabe no poema. Dos gestos que formam um marco da humanidade à imagem desse lugar devastado por guerras. Mas é preciso fazer brotar as palavras, cultivá-las, regenerar as memórias. assim se dá a colheita”.

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